Fala, Investidores!
Gosto muito de ler tudo sobre as pessoas e famílias que construíram grandes fortunas. Me chama mais a atenção as histórias de quem não tem muito holofote midiático, que é pautado pela discrição, e que não se vale da ostentação para se promover.
Maquiavel, em O Príncipe, apontou que uma das formas pelas quais um governante deve treinar sua mente e a de seus liderados para vencer é a leitura de histórias sobre grandes homens e nelas observar como eles se conduziram nos momentos difíceis, examinando as causas de suas vitórias e de seus fracassos.
Essas leituras são importantes, principalmente quando feitas sob reflexão, fazendo conexões com nossa própria realidade, a fim de tirarmos delas o máximo de lições e ideias para colocarmos em prática.
A história dos Safra, em particular, é uma das que mais gosto de ler por determinadas razões. O principal negócio deles, o Banco Safra, não é o maior banco do Brasil. Segundo o Banco Central, é o quarto maior banco privado do país. Mesmo assim, os Safra são uma das famílias de banqueiros mais rica do mundo. O grupo Safra tem uma tradição de 175 anos.
Dá uma lida neste trecho de uma reportagem publicada recentemente pelo El País, sobre a família Safra:

A forma como é feita a sucessão patrimonial da família Safra garante que a geração seguinte valorize o legado deixado e faça melhor que a geração anterior, criando ainda mais valor para a marca, para a família. Isso só para citar os Safra. Existem outras famílias com processos bem estruturados de sucessão patrimonial.
A ideia de geração e preservação de riqueza que aprendo com essas histórias, em especial com a dos Safra, e que adotei para minha família, é que a construção patrimonial deve ser algo transgeracional, perene, para gerações seguintes. E nisso, duas coisas devem andar juntas: (I) uma sólida e sistemática formação de patrimônio e (II) a preparação dos meus filhos para serem sucessores, não herdeiros, comprometidos com o legado iniciado pelos pais.
E a estruturação jurídica se faz importante no planejamento sucessório. Pois, nada de deixar alguns bens apenas a serem partilhados entre herdeiros, e sim uma holding familiar (com vários tipos de ativos) a ser gerida pelos sucessores!
Holding familiar: empresa criada com o objetivo de controlar o patrimônio da família.
Grande abraço!