Os anos 90 podem ser considerados a “Era de Ouro” para os trabalhadores brasileiros que vinham ao Japão para fazer dinheiro e ir embora para o Brasil.
Além de o movimento migratório Brasil-Japão ter, oficialmente, iniciado nos anos 90 (em 1990), há algumas razões que explicam o porquê aquela década foi tão singular do ponto de vista econômico para o brasileiro no Japão.
O primeiro é que na década de 90 a massa salarial no Japão chegou no seu ápice, como demonstrado no gráfico abaixo, e isso impactava diretamente as cadeias de produção no país.

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Com mais volume de dinheiro proveniente de salários, isso aquecia o consumo interno, o que pode ser comprovado pelo índice de registro de carros novos no Japão, que nos anos 90 também atingiu seu ápice.

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Outro fator no contexto migratório Brasil-Japão que fizeram da década de 90 a “Era de Ouro” para brasileiros no Japão, foi o fato de não haver naqueles anos obrigatoriedade de contribuição com a Seguridade Social japonesa, o que fazia o salário bruto do trabalhador brasileiro no país ter menos deduções.
O custo de vida mais enxuto nos anos 90, sem acesso a crédito e a bens de consumo duráveis (carro) com tanta facilidade, mais horas-extras — sem as limitações por legislação, como acontece atualmente — e o propósito de vir tão somente para juntar dinheiro, também contribuíram para que o trabalhador brasileiro tivesse um resultado econômico mais expressivo na última década do século passado no Japão.
Além disso, é importante considerar que durante os anos 90, os ativos no Brasil estavam significativamente desvalorizados. O poder de compra do iene recebido no Japão, convertido em Cruzeiros Reais e posteriormente em Reais ao ser enviado para o Brasil, era substancialmente maior, mesmo entre 1994 e 1999 tenha havido uma paridade do real com o dólar que também afetou a taxa de câmbio do iene para o real.
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