Comecei a me interessar por gráficos já faz uns bons anos.
Já sabia que para ganhar dinheiro, seja com imóveis, ações, moedas, ou qualquer outra coisa, eu deveria comprar na baixa e vender na alta.
Mas como verificar objetivamente se algo está barato ou caro? Foi aí que atentei-me para o conceito de média histórica.
Daí o meu esquema mental sobre comprar na baixa e vender na alta ficou “configurado” mais ou menos assim:
Era uma forma primitiva de “análise gráfica”, meu primeiro “trade system” (risos).
Mas daí, por curiosidade, diligência, pesquisa, tive acesso a plataformas gratuitas de gráficos de preços.
Meu único objetivo em ter acesso a este material era o de conseguir identificar a média histórica do preço de determinados ativos, sobretudo a cotação do dólar em relação ao iene e ao real.
De tanto fuçar no dispositivo de gráfico, descobri o indicador “média móvel”.
Acontece que nunca vem só “média móvel”; vem “média móvel exponencial”, “média móvel ponderada”, “média móvel tripla”, de Hull, Legoux, de Mínimos Quadrados e outras nomenclaturas que incluem o termo “média móvel”.
Daí qual dessas média móveis escolher? Inicialmente, o YouTube ajuda!
Assisti a alguns tutoriais no YouTube para aprender mais sobre as médias e aprender como inseri-las no gráfico.
Bem, a média era a simples mesmo, ou aritmética, calculando o preço de fechamento dos candles de preço.
Já tinha configurado o gráfico na periodicidade mensal, que já havia aprendido por conta sobre os tempos gráficos, fuçando na ferramenta, por entender que como as compras que pretendia fazer seriam mensalmente, então o gráfico deveria ser o mensal.
Agora era configurar a média definindo a quantidade de meses que ela faria o cálculo para que eu pudesse obter a média.
Pronto. Estabeleci 120 meses.
Ali estava eu diante do gráfico, com candles mensais e uma média móvel de 120 períodos, ou 120 meses, e com o principal: o preço médio oferecido automaticamente pela ferramenta.

Estava montado meu primeiro trade system, com o qual eu esperava ganhar muito dinheiro, comprando abaixo da média e vendendo acima da média (risos).
Tudo bem. Sei que foi ingenuidade da minha parte… Mas não é que deu certo! Pode não ser o ideal para o trade curto, ou para os mercados que opero hoje, mas no longo prazo e em mercados tradicionais sempre acaba dando certo!
Passei alguns anos convertendo iene em dólar, enquanto passávamos pelo pós-crise 2008 e catástrofes naturais de 2011, praticamente usando a metodologia do comprar abaixo da média de 120 períodos.
No meio do caminho, no entanto, fui me interessando cada vez mais por gráficos, ferramentas e indicadores.
Treinei o meu olhar a analisar gráficos de diferentes ativos.
Comecei a estudar o movimento das moedas, dos juros futuros, ações, commodities não mais pela simplicidade de um único indicador, que era a média móvel simples de 120 períodos, tampouco usando apenas o tempo gráfico mensal.
Fui aprendendo a relacionar os diferentes tempos gráficos, com outros indicadores, para tomar decisões sobre o que comprar e o que vender.
Transitei por um pouco de tudo, praticamente tudo quanto é mercado, utilizando gráfico para me orientar; fiz cursos também.
Até que encontrei o mercado que acabei me especializando: o de derivativos (opções), mais precisamente, fazendo operações de taxa com lançamento coberto de opções e outras estratégias com derivativos.
Um mercado mais complexo que os demais, seguindo uma estratégia para rentabilizar capital que envolve o estudo de ativos específicos – uns 5 apenas, PETR4, VALE3, BBDC4, ITUB4 e BBAS3 – e a dinâmica dos derivativos desses ativos, as chamadas opções (call e put, opções de compra e venda, respectivamente).
Utilizo diferentes tempos gráficos, com rastreadores de tendência e osciladores, volatilidade e montagem das operações em períodos de tempo estratégicos, respeitando a dinâmica do mercado de opções.
Para acompanhar esse mercado, basicamente meu Trade System, que durante algum tempo contou apenas com uma MM 120 num gráfico mensal, hoje é composto por: Dois tempos gráficos (semanal e diário), Histograma MACD como rastreador no semanal, Índice de Força como oscilador no diário, média móvel exponencial de 9 períodos para confirmação de entrada, média móvel 21 plotada como média das Bandas de Bollinger, volatilidade histórica e volume.
[Como o mercado de derivativos por si só é um mercado explosivo e muito volátil, recentemente, na companhia de amigos, tenho empregado um pouco das estratégias que utilizo nos derivativos no estudo do mercado de criptomoedas]
Além do aspecto gráfico e técnico, também fico de olho no payroll (dado mensal sobre a criação de empregos dos EUA), reuniões e atas do BC/COPOM e do FED/Fomc, que sempre trazem alguma volatilidade antes e depois de cada evento.
Fora este mercado que mescla um pouco de especulação/investimento, pois busco rentabilizar meu capital de forma progressiva e constante com operações de taxa usando opções, e acima da média dos principais benchmarks do mercado, também faço investimentos em ações com base em análise fundamentalista e em Fundos Imobiliários, FIIs no Brasil e REITs no Japão.
Também gosto de investir em terrenos no Brasil. Uma paixão antiga que faz parte da minha história pessoal e de família.
Por ora é isto. Esta foi uma breve história sobre minha evolução com os gráficos.
Um abraço,
Marcelo