Três verdades sobre dívidas que você precisa entender, seja para investir, empreender ou tornar-se sócio de empresas.
1- Nem toda dívida é ruim. Existe a dívida boa e existe a dívida ruim.
Exemplo de divida ruim é aquela que você adquire para comprar um bem passivo e vai comprometer boa parte dos seus rendimentos futuros na quitação da dívida sem que o bem adquirido lhe gere algum ganho residual.
Já a dívida boa é aquela que te permite alavancar para a aquisição de algo que gerará renda residual capaz de te remunerar e amortizar a dívida. Ou seja, a dívida boa é aquela que vai te possibilitar renda recorrente capaz de pagar a própria dívida e ainda te oferecer uma margem de lucro.
2- Grandes negócios não crescem sem dívidas. Se você deseja empreender e crescer, prepare-se para isto: contrair um endividamento saudável a fim de potencializar suas operações.
Empresas listadas em bolsa, de modo geral, trabalham alavancadas, na maioria das vezes, o endividamento das mesmas é superior ao capital próprio (património líquido) dessas companhias.
Veja, por exemplo, a Toyota, a Nissan e a Honda; três gigantes mundiais do setor automobilístico. As três possuem endividamento total acima de 60% dos seus respectivos totais de ativos, e acima de 100% dos seus respectivos patrimônios líquidos. Basta o endividamento estar sobre controle, não comprometendo a estrutura de capital da empresa. Ademais, a alavancagem com capital de terceiros reduz o custo do capital próprio.
3- Em algumas situações, dívida não é nem uma questão de ser boa ou ruim, mas necessária para não termos custos de oportunidade.
Imagine você com ¥ 20 milhões em mãos e diante da oportunidade de comprar uma casa que você tanto deseja. Vai pagar a casa à vista para fugir de taxa de juros, do endividamento total, que não chega a 1,5% ao ano, ou vai encarar o financiamento total e preferir alocar os ¥ 20 milhões em ativos que podem gerar, no mínimo, 4x mais do que a taxa de juros?
Só um alienado em relação a finanças poderia optar por pagar 100% à vista, imobilizar capital e abraçar um custo de capital tão grande assim.
Um abraço,
Marcelo Sávio