Dólar, inflação e taxa SELIC. Essas são as variáveis que também definem quais Títulos do Tesouro comprar em determinado momento econômico, se Tesouro Selic, se Tesouro prefixado com ou sem pagamento de cupons semestrais, ou se Tesouro IPCA+ com ou sem pagamento de cupons semestrais.
Com a alta do dólar, Copom mantém, mais uma vez, a taxa Selic em 6,50% ao ano. Tudo indica que é o início da estabilização do movimento de queda.
Com a alta do dólar, ainda mais em ano eleitoral, a inflação abaixo da meta, como está atualmente, pode ficar comprometida.
Se a inflação sinalizar movimentos de alta mais forte, a alta do juros se faz necessária para controle inflacionário, podendo iniciar um novo ciclo na Selic, ciclo de alta. Neste caso, vale ficar atento aos títulos Tesouro Selic e IPCA+.
Já os Títulos prefixados são mais recomendados no movimento oposto, quando há a estabilização da taxa de juros depois de um período de alta com perspectivas de cortes. Prefixados se valorizam conforme o tempo vai passando e a Selic sendo reduzida.
Quem, por exemplo, comprou prefixados no auge da SELIC a 14,25% ao ano, no início de 2016, em dois anos viu o capital mais que dobrar enquanto a Selic era cortada, chegando ao patamar atual de 6,50%; isto por causa da dinâmica contratual desse tipo de título.
Mas agora, ao que me parece, a tendência é de início de um ciclo oposto ao o dos dois últimos anos.
Ano de eleição no Brasil e perspectivas de aumento também dos juros nos EUA sempre mexem com o câmbio, que por sua vez impacta a inflação, que por sua vez serve de termômetro para as decisões do Copom em relação à taxa de juros.
Quanto às perspectivas para o dólar, de fato, há essa tendência de alta, não só no Brasil, mas em todo o mundo. Isto por conta da possibilidade do aumento da inflação americana (alta do petróleo ajuda nisso), que impacta a taxa de juros também nos EUA.
Taxa de juros mais alta lá, torna-se atrativa para investidores que veem os EUA como o mercado mais seguro que existe. Com o fluxo de dólar voltando para os EUA, a tendência é a alta nos demais países.
Obviamente que, além dessa questão do fortalecimento da economia americana e perspectiva de mais aumento na taxa de juros no país do Trump, pesa sobre a cotação do dólar em relação a cada moeda a questão das incertezas políticas e econômicas de cada país.
No Brasil, a eleição presidencial e a consequentemente incerteza política em relação à quem será eleito e qual será, de fato, sua política econômica, ajudam na alta do dólar, associada a questão econômica americana que mencionei acima.
Grande abraço!