Um dos conceitos mais importantes da matemática financeira, sem dúvida alguma, é o conceito de juros compostos.
Infelizmente, pouquíssimo abordado nas salas de aula da educação básica brasileira.
Isso faz com que a população brasileira, em sua maior parte, incluindo muitos brasileiros que emigram para o exterior, tenha dificuldades para entender os juros compostos e o impacto que eles exercem sobre as dívidas e sobre as aplicações financeiras.
Sobre aplicações, os juros compostos são calculados, basicamente, mediante a seguinte fórmula:
Montante = Principal∗(1 + taxa/100)ˆprazo
Ou seja, se você aplicar ¥ 1 milhão, a uma taxa de juros de 7% ao ano, durante 10 anos, você terá como resultado final:
1.000.000 x (1 + 7/100)¹º =
1.000.000 x (1 + 0,07)¹º=
1.000.000 x 1,96715135728956=
Montante final= ¥ 1.967.151,36…
Então, como podemos observar, os juros, no decorrer do tempo, foram exercendo efeito sobre o capital investido, quase que dobrando o valor inicial.
Agora, observemos quanto exponencial (relacionado a prazo) o efeito dos juros pode ser se aumentarmos o tempo de aplicação.
Vamos tomar os mesmos valores, capital e taxa de juros, mas ampliar o prazo de aplicação de 10 para 20 anos:
1.000.000 x (1 + 7/100)²º =
1.000.000 x (1 + 0,07)²º=
1.000.000 x 3,86968446248617=
Montante final= ¥ 3.869.684,46…
Observou? Se em uma década o capital havia quase que dobrado, dobrando o tempo de aplicação, o capital quase que quadruplicou!
A isto chamamos de efeito exponencial dos juros compostos.
O efeito dos juros compostos pode ser automático ou “produzido”.
Automático, quando você investe em renda fixa, não retira o rendimento, e deixa a taxa de juros exercer efeito sobre o capital principal e sobre os juros acumulados – o famoso juros sobre juros.
Mas você também pode “produzir” o efeito dos juros compostos ao reinvestir dividendos de Fundos Imobiliários ou de ações pagadoras de dividendos, comprando mais ativos e assim obter cada vez mais dividendos e seguir reinvestindo esses proventos.
Ou também, quando você compra algo para vender, produzindo renda ativa; compra 3 por 90, vende os 3 por 150; com o faturamento, compra 5 para vender por 250, para comprar 8 e depois vender por 400, e assim sucessivamente.
Nessas duas últimas modalidades, no longo prazo, o efeito dos juros compostos costuma ser mais significativo do que na renda fixa.
LEMBRE-SE:
“Investir é buscar formas de produzir o efeito de juros compostos.” – Marcelo Sávio (este que vos escreve, rs)
Independente da modalidade, o importante é evitar tocar no lucro enquanto estiver na fase de acumulação de patrimônio.
Abraços,
Marcelo Sávio