Conheça a Constituição do Japão.
Ela foi elaborada pelas Forças de Ocupação dos Estados Unidos no Japão, no pós-II Guerra Mundial, e acatada pelo Imperador e governo da época, promulgada em 1946 e está vigente até hoje, firme e forte.
É um texto bastante curto quando comparado às constituições de muitos países, especialmente, a do Brasil; e diferente da “super emendada e remendada” constituição brasileira, a constituição japonesa segue sem nenhuma alteração em seu texto em mais de 70 anos de existência.
Deixa eu compartilhar com você um episódio envolvendo a utilização do texto constitucional japonês no local de trabalho no Japão:
Certa vez, quando trabalhava em fábrica, eu e alguns colegas estrangeiros nos mobilizamos para pedir a mudança do uniforme, que era inadequado para época de verão, pois o tecido esquentava muito.
Como não fomos atendidos no primeiro pedido, resolvemos criar um “abaixo-assinado” para apresentar na reunião mensal de Segurança no Trabalho aos principais responsáveis pela empresa.
Quando o responsável imediato do setor ficou sabendo, tentou destruir a lista de assinaturas, pelo que já abri para ele o artigo da Constituição que diz:
“Artigo 28. O direito aos trabalhadores de se organizarem e barganhar e agir coletivamente é garantido.”
E o Artigo 98: “Esta Constituição deverá ser a Lei Suprema da nação…”, acima até mesmo das regras inventadas por ele.
Ele replicou dizendo que isso era válido somente para japoneses. Aí eu joguei outro artigo pra cima dele:
“Artigo 14. Todas as pessoas são iguais perante a lei e não deverá acontecer discriminação nas relações políticas, econômicas e sociais por causa de raça, credo, gênero, posição social ou origem familiar.”
E disse que se fosse válido apenas para japoneses, não precisava constar no texto do artigo constitucional os termos “por causa de raça”, nem “origem familiar”.
E disse a ele que ao apresentarmos a reivindicação, incluiríamos os três artigos para reforçar o pedido.
Ele foi embora da seção fazendo aquela “cara de bunda” (desculpem-me pelo termo, mas é o que melhor resume a forma como ele ficou).
Entregamos o “abaixo-assinado”, fizemos a petição e o pedido foi aceito.
Resolvido o problema.
Aproveita e anota aí os artigos da Constituição do Japão citados no texto.
Deixe sua opinião nos comentários!
Clique aqui na Constituição do Japão em português.