Resumão sobre os impactos provocados pelo coronavírus até o momento

  • A disseminação do coronavírus é o motivo principal que influenciou a queda generalizada nas bolsas de valores nos últimos 7 dias, contribuindo também na queda do preço do barril de petróleo e na alta do ouro. 
  • Essa não é a primeira versão do vírus. Em 2002-2003 houve uma outra versão do vírus, também inicialmente na China. Mas o que faz essa versão atual causar maior apreensão nos mercados globais é o fato de estarmos em um período de expansão, com alguns índices atingindo topos históricos ou em alta nessa expansão que vem desde o pós-crise 2008-2009 (imagem 1, abaixo). O que é bem diferente do período 2002-2003, em que as bolsas já vinham num movimento de queda por causa da Bolha da Internet desde da virada do século (imagem 2, abaixo). Então, o medo tende a ser maior agora por causa do momento de ciclo econômico.
Indices Dow Jones, Nikkei e Ibovespa no momento atual em um ciclo de expansão
Índices Dow Jones, Nikkei e Ibovespa no ínicio dos anos 2000, com destaque para o período de surto anterior de uma versão do coronavírus
  • O surto começou atacando pessoas na província de Wuhan,  um centro comercial no sudeste da China.
  • Até o momento, na China são 4.515 infectados, 132 mortes computadas (28/1); e casos confirmados em mais 13 países, incluindo Japão, com 7 casos confirmados, e Brasil, com 1 caso confirmado até o momento, além de pacientes com suspeita.
  • O governador da província chinesa de Wuhan disse que escondeu o tamanho da contaminação no início, o que acabou contribuindo para que o surto propagasse com maior velocidade; o dirigente de Wuhan já colocou o cargo a disposição.
  • Governo chinês vem se desdobrando para isolar a doença, mas até aqui sem sucesso; está promovendo a construção de “Hospitais relâmpagos”, o primeiro deve ficar pronto na segunda-feira, dia 3 de fevereiro; já o segundo deve ser entregue até o final da primeira semana de fevereiro.
Preparação para a construção de hospital na China para o atendimento de vítimas do coronavírus
  • O governo central considerou a propagação do vírus como grave e vem adotando normas rígidas para conter o vírus. Como o surto começou às vésperas do longo feriado chinês de comemorações do Ano Novo Lunar, o governo chinês prolongou por mais três dias os feriados do Ano Novo, na tentativa de controlar um pouco mais a livre circulação.
  • Adoção de medidas de isolamento e restrições de viagens são para evitar a infecção de pessoas principalmente no período de incubação, que é a fase de maior risco de transmissão do vírus. Por outro lado, isso reduz muito os gastos com consumo de bens e serviços, impactando receita de empresas e países que dependem grandemente do comércio com a China, hoje em dia, quase todo mundo, por isso o impacto nos mercados globais.
  • O surto vem em momento delicado da economia chinesa. Embora a China tenha registra crescimento do PIB em 2019 de 6,1%, um número excelente para padrões mundiais, para os padrões chineses nas últimas 3 décadas é um crescimento “pífio”, é o seu menor nível em 29 anos. Apesar de a China ser um país rico, a segunda maior economia do planeta, a população de modo geral é pobre (PIB per capita baixo), e o crescimento contínuo da economia é a resposta que o governo necessita dar para a população chinesa.
  • Segundo a OMS – Organização Mundial de Saúde – até agora, o que se tem é somente um surto do vírus, ainda não caracterizando epidemia e longe de uma pandemia; a taxa de letalidade (mortes em relação a casos confirmados) do coronavírus até o momento é de 2,37%. Na versão de 2003 do vírus a taxa de letalidade foi de 6,67%.
  • Em relação ao mercado financeiro, em determinados segmentos, é um bom momento para aqueles que possuem maior propensão ao risco se expor a ativos descontados. Outros setores tiveram valorização expressivas nos últimos dias, como ocorreu no Japão, onde o coronavírus impulsionou venda de máscaras e produtos farmacêuticos; ações da empresa farmacêutica Chukyoiyakuhin Co Ltd (TSE: 4558), por exemplo, tiveram valorização de mais de 230% em 5 pregões, com volumes de negociações expressivos.
Ações da empresa Chukyoiyakuin registraram alta e volumes de negociações expressivos
  • O surto do coronavírus dá uma balançada no turismo internacional no Japão, reduzindo drasticamente a vinda de chineses para o país. Chineses formam, desde 2015, o grupo de turistas que mais visitam o Japão anualmente (quadro 1, abaixo). Com isso, empresas ligadas ao setor de turismo têm experimentado retração em suas receitas. O setor de turismo já havia sentido o baque no segundo semestre de 2019, por causa dos boicotes feitos pelos sul-coreanos em relação ao Japão, em face da guerra comercial Japão-Coreia do Sul, desencadeada por tensões políticas e históricas. Sul-coreanos ficam em segundo lugar no número de visitantes ao Japão. No primeiro semestre do ano passado, chineses representavam 27,2% dos turistas internacionais no Japão, sul-coreanos, 23,2% (quadro 2, abaixo).
Marcelo Pimentel

Marcelo Pimentel

CEO da MSG Capital, empresa de participações e gestão de ativos, com foco no desenvolvimento imobiliário. Fundador do site e mídias sociais Investidor no Japão e criador de Cursos de Investimentos e Finanças Pessoais para brasileiros no Japão. Formado em Pedagogia, com Educação Continuada em Contabilidade Financeira e Análise de Viabilidade de Projetos, pela FGV; com MBA em Investimentos e Private Banking, pela Ibmec; Investidor nos mercados de capitais japonês e americano, e no mercado imobiliário brasileiro, com experiência em análise de viabilidade e estruturação financeira de projetos imobiliários.
Marcelo Pimentel

Marcelo Pimentel

CEO da MSG Capital, empresa de participações e gestão de ativos, com foco no desenvolvimento imobiliário. Fundador do site e mídias sociais Investidor no Japão e criador de Cursos de Investimentos e Finanças Pessoais para brasileiros no Japão. Formado em Pedagogia, com Educação Continuada em Contabilidade Financeira e Análise de Viabilidade de Projetos, pela FGV; com MBA em Investimentos e Private Banking, pela Ibmec; Investidor nos mercados de capitais japonês e americano, e no mercado imobiliário brasileiro, com experiência em análise de viabilidade e estruturação financeira de projetos imobiliários.

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