A aliança automotiva entre a Renault, a Nissan Motor e a Mitsubishi Motors está fadada a se tornar insustentável, a menos que sejam feitas mudanças, disse o chefe de finanças da França nesta quarta-feira.
“O status quo não é possível”, disse Bruno Le Maire, ministro francês da economia e finanças. Isso “enfraquece a aliança geral”.
Le Maire fez os comentários após uma reunião com Hiroshige Seko, ministro da economia, comércio e indústria do Japão. Eles estão participando de uma reunião de dois dias na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que termina na quinta-feira.
O governo francês é o maior acionista da Renault, com uma participação de 15%. A montadora francesa, por sua vez, controla 43,3% do parceiro japonês Nissan. Recentemente, veio à tona que a Renault lançou a si mesma e à Nissan – os membros mais antigos da aliança – sob uma holding de propriedade conjunta.
O presidente e CEO da Nissan, Hiroto Saikawa, rejeitou pedidos de fusão até 14 de maio, insistindo que “agora não é a hora”. O ressentimento vem crescendo dentro da Nissan há algum tempo, devido às tentativas de aproximar as duas empresas de Carlos Ghosn, que liderou a aliança até a sua prisão, no ano passado, sob a acusação fraude fiscal.
Apesar de não tocar especificamente em uma proposta de fusão, Le Maire foi inflexível sobre a necessidade de reformular o relacionamento comercial.
“Temos que avançar, desenvolver e fortalecer essa aliança”, disse ele a repórteres.
Uma maneira que pode ser alcançada, Le Maire acrescentou, é que o presidente da Renault, Jean-Dominique Senard, examine a questão junto com os líderes japoneses responsáveis pela aliança.
Seko se recusou a discutir seu encontro com Le Maire em detalhes, mas expressou seu desejo de colaborar com os franceses.
“Eu apoio fortemente sua determinação em manter e fortalecer a relação de cooperação entre a aliança franco-japonesa”, disse Seko.
Fonte: Asia Nikkei