O dólar atinge maior patamar em relação ao iene desde agosto de 1998, na ocasião, em decorrência da crise da Rússia.
Até quando vai esse movimento de alta?
Honestamente, não sabemos.
Mas isso depende, principalmente, da política monetária do FED, da expectativa em relação ao aumento de juros nos EUA.
Aumento de juros nos EUA significa títulos do Tesouro americano mais atrativos, o que atrai o grande capital internacional para esses ativos em busca de proteção, e como consequência promove a valorização do dólar americano, que é a moeda de negociação de tais títulos.
Soma-se a isso, a política monetária ultra-expansionista do Banco do Japão, que mantém a taxa básica de juros da economia no negativo, deixando os títulos japoneses pouco atrativos ao capital internacional, o que, num momento de dólares voltando aos EUA, promove depreciação do iene japonês frente a moeda americana.
Então, temos, agora, uma situação diferente do que houve pós-crise de 2008, quando houve busca por títulos japoneses por parte do grande capital internacional como uma forma de buscar um “porto seguro” naquele momento, e como consequência, houve uma forte apreciação do iene naquela época.
Contudo…
Apesar da alta do dólar no Japão, a cotação BRLJPY, Real e Iene – que é praticamente o resultado da divisão ‘dólar no Japão’ (USDJPY) dividido por ‘dólar no Brasil’ (USDBRL), e cotação de referência para transferência de iene para real – segue ABAIXO da média dos últimos 10, 20 e 28 anos, isto é, segue abaixo da média histórica, desde a criação do real brasileiro e da relação real/iene.
Ou seja, conforme a média histórica, o iene japonês ainda está valorizado em relação ao real brasileiro, conforme gráfico abaixo: