7.000% ao ano, foi o que a inflação brasileira chegou a atingir na época de hiperinflação, nas décadas de 80 até meados da década de 90.
Nada comparado a hiperinflação venezuelana, acima dos seis dígitos percentuais atualmente.
Mas foi uma época muito complicada para a economia brasileira.
Os preços eram remarcados diariamente nas prateleiras dos supermercados; é desse cenário que vem o hábito do brasileiro de fazer compra para o mês, lotando os carrinhos de compra.
Esse período coincide com o início do movimento migratório Brasil-Japão, também chamado “movimento dekasegi”.
Podemos até afirmar que a hiperinflação influenciou no processo de diaspora (movimento de saída) dos brasileiros em busca de melhores salários em moeda forte.
Já ouvi brasileiros pioneiros no Japão dizerem que vieram por causa do confisco promovido pelo Collor, em março de 1990, que acabou desestruturando seus pequenos negócios no Brasil, levando ao fechamento.
O confisco, por exemplo, foi uma das tentativas frustradas de quebrar a hiperinflação brasileira.
A hiperinflação só foi quebrada pela implementação do Plano Real, que sucedeu cinco planos econômicos fracassados, incluindo o do Collor, que incluíam mudança de nome e cortes de zeros da moeda.
Com o Plano Real, veio a paridade real/dólar (até os primeiros 4 anos), também a lei de responsabilidade fiscal e estabelecimento de metas de inflação (com piso e teto).
O Plano e seus arranjos posteriores, ajudaram no desenvolvimento de políticas sociais nos anos seguintes.
Um país com inflação baixa e controlada, ajuda a reduzir incertezas, desde que em mãos de governos que não mudem as regras do jogo a todo instante.
Este mês, a implementação do Plano Real, com a troca efetiva de moeda, completou 25 anos.