Este é o tipo de manchete que deixa muitos brasileiros no Japão em pânico.
Já pensam logo nas vagas sendo preenchidas por tal mão de obra e os seus empregos sendo perdidos para “esses asiáticos que vêm roubar nosso trabalho”.
Não deveria ser assim.
O aumento de contigente estrangeiro no Japão faz aumentar nichos de mercados a serem explorados, até mesmo para atender as necessidades destes trabalhadores temporários.
Esses estrangeiros são mais acessíveis à prestação de serviços por parte de outros estrangeiros já estabelecidos no país e com mais conhecimento de Japão.
São potenciais clientes de comércios de produtos brasileiros, por exemplo, inclusive da nossa gastronomia.
Lembro-me de um caso, numa empresa em Gifu que fora praticamente tomada por estagiários filipinos, desempregando alguns poucos brasileiros que lá restavam e colocando outros sem horas extras.
Um desses brasileiros que tiveram horas extras cortadas, encontrou duas oportunidades para compensar o “Zangyō roubado”.
Começou a emprestar dinheiro para os estagiários que necessitavam, a uma taxa de juros acima da de mercado, visto que estes trabalhadores não tinham acesso a crédito formal; e começou a fazer serviços de transportes para estes mesmos trabalhadores, cobrando para levar grupos que residiam juntos a mercados e outros locais, inclusive no Costco, cobrando um adicional para entrarem na companhia do brasileiro, utilizando o seu cartão de membro.
Tudo bem que pode aparecer alguém alegando que a agiotagem é ilegal e o transporte de passageiros idem.
Mas não podemos negar que este brasileiro encontrou dois (três na verdade) nichos de mercado para a atender essa demanda por parte desses trabalhadores com visto temporário, e é este o ponto que quero destacar.
Com certeza ele começou a ganhar mais com essa prestação de serviços para os filipinos do que fazendo horas extras.
É aquele antigo ditado, “enquanto alguns choram, outros vendem lenço”.
Utilize sua inteligência financeira e aprenda enxergar oportunidades até mesmo nas situações mais adversas.
Ah, a manchete foi só para ilustrar. Não se preocupem! Rs
Abraços,
Marcelo Sávio