Em entrevista recente à Fox Business, o ex-presidente da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi disse que a Nissan se tornou uma marca “chata e medíocre, que vai lutar para encontrar seu lugar na indústria”.
Do ponto de vista da situação econômico-financeiro, de fato a companhia teve piora nos principais indicadores de liquidez (que mede a capacidade de honrar compromissos), de estrutura de capital (que mede a dependência de capital de terceiros), de lucratividade (que mede a força e eficiência para gerar resultados) e de rentabilidade (que mede a capacidade de gerar retorno em relação ao capital próprio).
Além de queda significativa na geração de receita, do patrimônio líquido e valor de mercado.

Vale ressaltar que, no mesmo período comparado, outras gigantes automotivas japonesas, como Toyota e Honda, tiveram queda na receita e piora em alguns indicadores, como grau de endividamento e nos indicadores de lucratividade e rentabilidade, mas não tão ruins como o da Nissan; alguns desses indicadores tiveram leve queda, podendo até ser considerado como “manteve-se estável”. Por outro lado, tiveram melhora nos indicadores de liquidez.
As duas tiveram evolução no patrimônio líquido, diferente da Nissan. E quanto ao valor de mercado, a Toyota teve aumento de 26,24% no período comparado, enquanto a Honda teve leve queda.
Então, a considerar os indicadores extraídos das demonstrações financeiras da Nissan, a empresa de tornou “medíocre”, ou melhor, abaixo da linha da mediocridade.
Agora, quanto a ser “chata”, acho que não. O noticiário relacionado a ela e assuntos correlacionados, como o Ghosn, sua fuga, ainda gera muito interesse. Por falar em “fuga”, esse foi o nome dado a um carro da marca, lançado quando Carlos Ghosn ainda tinha total poder sobre a companhia.

Abraços,
Marcelo Pimentel – Investidor no Japão