O Non-Farm Payroll – o dado mensal sobre a criação de empregos não-agrícolas dos EUA – de sexta-feira, 7, veio positivo, com criação de emprego acima do esperado. Por outro lado, a taxa de desemprego veio com uma variação de 0,1% acima do previsto. Já o ganho médio por hora trabalhada teve um aumento de 0,1% em relação ao mês anterior e ao previsto pelo mercado; o salário médio hora (anualizado) também teve aumento, de 0,2% em relação ao que havia sido previsto. Confira no quadro abaixo:
Esse conjunto de dados, da forma como veio, tenderia a empurrar o Dólar em relação ao Iene (USDJPY) mais para cima, como aconteceu num primeiro momento. Tenderia porque na mesma sexta-feira veio o anúncio por parte do Trump, que havia iniciado na semana anterior uma rodada de negociação com o Japão. Assim, após a disparada inicial, pós-divulgação do Payroll, a cotação USDJPY fez uma corrigida forte e vem seguindo fazendo uma lateralização (indefinição), como demonstrado no gráfico abaixo (USDJPY, 30 minutos):
Chegou a vez do Japão. Ainda não chega a ser uma guerra comercial, como a que tem sido travada entre EUA e China. Longe disto.
Mas vale salientar que, numa guerra comercial, a moeda é um dos componentes centrais, pois pode ser usada para ganhar mercado, exportando mais, caso o governo de um dos países envolvidos resolva desvalorizar a sua própria moeda.
No caso do Japão, que a meu ver tende a aceitar as propostas dos EUA com mais passividade (não deixando essas negociações terminar em guerra comercial), o banco do Japão pode agir para dar uma segurada no Iene (JPY) no patamar atual ou mesmo uma valorizada na própria moeda para demonstrar ao parceiro EUA que o país não vai entrar em guerra cambial para tentar ganhar uma eventual disputa comercial em nível global, como já foi acusado anteriormente. Iene se valorizando é o mesmo que dólar caindo aqui no Japão.
Vamos acompanhando os possíveis desdobramentos.