Ainda que seja discutível a ideia de o imóvel para o consumidor final ser considerado investimento ou não, mesmo no contexto de Brasil, fato é que corretores de imóveis do Brasil, na abordagem de clientes, estão mais próximos de “agentes de investimentos” do que os corretores de imóveis do Japão.
Pois no Brasil, diferente do Japão, imóvel é no mínimo uma reserva de valor e a percepção popular, em todo caso, é a de “investimento”, e não um bem de consumo depreciável como é no Japão.
E os corretores do Brasil lidam com um público que, geralmente, tem que desembolsar no mínimo 20% do valor do imóvel na aquisição, com recursos próprios – o que faz de compradores de imóveis potenciais investidores, pois poderiam decidir utilizar esse recurso da entrada num imóvel para investimentos no mercado financeiro, por exemplo.
Logo, o discurso de venda de corretores do Brasil pode assumir a de “proposta de investimento”. Já no Japão, esse ambiente transacional é menos desafiador, já que é possível financiar tudo, tudo, tudo, desde 100% do imóvel, a juros baixíssimos, e os custos de aquisição, e dependendo, até equipamentos de interior e exterior do imóvel.
Por outro lado, conhecendo e lidando com esses profissionais nos dois mercados imobiliários, noto um profissionalismo muito, mas muito maior, por parte de corretores de imóveis no Japão, mesmo os corretores estrangeiros no Japão, na comparação com corretores de imóveis do Brasil (amigos corretores de imóveis do Brasil, me desculpem, mas essa é a constatação verdadeira de quem lida com os profissionais nos dois países).
A prospecção de imóveis e de clientes, a abordagem, a intermediação entre vendedor e comprador, o processo de venda, o atendimento ao cliente (no Japão isso é fantástico!), a comunicação, a cordialidade, a atenção plena ao cliente durante o atendimento, os materiais confeccionados e o didatismo para explicar os trâmites, o pós-venda…
Enfim, seria um verdadeiro MBA para corretores de imóveis do Brasil, caso tivessem a oportunidade de aprender com os colegas de profissão do Japão, e certamente teriam um diferencial muito maior do que os concorrentes, e iriam fechar muito mais vendas e atingir um outro patamar quanto valorização da categoria por parte da sociedade.
Por isso decidi que corretores que se juntarem aos nossos empreendimentos no Brasil, vou facilitar essa interação com meus amigos do mercado imobiliário no Japão, numa Imersão, uma Mastermind.