Vou ser bem direto. No caso de ¥ 10.000 por mês, estamos falando de um valor baixo para investimentos mensais, que representa algo como a remuneração média de um dia de trabalho normal no Japão, na realidade da maioria dos brasileiros residentes no país.
Mesmo assim, é um valor que te possibilita investir, iniciar uma carteira de investimentos, ou seja, é a entrada no mundo dos investimentos e da construção patrimonial.
Com o tempo, a pessoa pode ir aumentando sua capacidade de aporte mensal, seja por boa gestão das finanças, seja por aumento da renda, ou pelos dois, o que seria o ideal.
Então vamos à resposta da pergunta: Como eu investiria ¥ 10.000 por mês na Bolsa de Valores atualmente?
Continuando bem direto. Atualmente, comprando mensalmente dois ETFs listados na Bolsa de Valores de Tokyo:
1- No ETF de código 1655, que rastreia o índice S&P 500 dos Estados Unidos, ou seja, um ETF que tem ações das 500 maiores companhias americanas.

Compraria 20 cotas desse ETF (2 lotes de 10), que tem taxa de corretagem ¥ 0, e que se beneficia da alta do dólar ou da alta do índice S&P 500, ou é uma forma de se proteger da queda de cada um desses, aproveitando a distorção entre eles no cenário atual, com impacto dos juros americanos no câmbio e nas bolsas.
2- No ETF de código 1476, que rastreia o índice principal dos Fundos Imobiliários Japoneses, os J-REITs (Japanese Real Estate Investment Trusts).

Compraria 1 cota desse ETF, que assim como boa parte dos ETFs na Bolsa de Tokyo, também tem taxa de corretagem ¥ 0, e é um ETF que oferece exposição ao mercado de J-REITs, que na minha visão, é um mercado que está descontado e que tende a aumentar a sua força na distribuição de dividendos com a recuperação do setor hoteleiro/turismo.
Nos últimos 10 anos, a rentabilidade média ponderada de uma carteira com esses dois ETFs, na proporção acima, foi superior a 13% ao ano; o que é muito bom em se tratando de ativos financeiros em moeda estável. Vale ressaltar que: “retorno passado não é garantia de retorno futuro”.
Vale ressaltar que, para cada nível financeiro como capacidade de aporte, os ativos, quantidades de ativos e proporções podem mudar. Isso acima seria o que faria se fosse aportar ¥ 10.000 por mês, dentro do contexto atual. Mas, não necessariamente, seria o mesmo para valores maiores e contextos distintos.
Mais um outro ponto…
“Ah… Marcelo, e o que você me diz dos fundos mútuos nas corretoras, que dá para comprar a partir de ¥ 100, que pagam dividendos mensais com valor fixo e o ‘dividend yield‘ pode passar de 20% ao ano?”
RESPOSTA: Na comparação com ETFs, os fundos mútuos SÃO HORRÍVEIS! Especialmente esses que pagam dividendos mensais. Não se iluda!
E quem faz apologia a este tipo de investimento, estimulando brasileiros no Japão para esses produtos, me desculpem, mas, é de duas, uma:
I) Ou (1) não sabe a diferença entre rendimento e rentabilidade, daí fica maravilhado com “yield” gordo; (2) não sabe diferenciar método de mensuração de rentabilidade da instituição (fundo mútuo) e a mensuração da rentabilidade real para o investidor, daí se prende aos gráficos dos desempenhos dos fundos mútuos nos sites das corretoras; (3) não sabe fazer a devida análise comparativa entre fundos listados e não-listados, e seus respectivos históricos; (4) desconsidera o efeito que a distribuição mensal de dividendos em valor fixo provoca sobre o valor da cota (não existe almoço grátis, ou yield alto grátis); (5) não sabe como a necessidade que os fundos mútuos têm de manter liquidez em momentos de estresse no mercado afetam o desempenho no longo prazo na comparação com ETFs correlacionados.
II) Ou (6) está ganhando comissão de fundo, corretora, para estimular a entrada de pessoas nesses produtos.
Concluindo…
Está vendo, são vários pontos que precisam ser analisados, com critério, para não induzir às pessoas a elevado custo de oportunidade.
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