Quando a gente fala de empresa com risco de “quebrar”, estamos nos referindo a risco de falência.
Para saber se uma companhia tem tal risco, a análise que necessita ser feita é a análise financeira, levando em consideração alguns indicadores econômicos.
Por análise financeira, entende-se a análise dos indicadores de liquidez e indicadores de estrutura de capital (composição da dívida e alavancagem).
Esse tipo de análise centra-se basicamente em elementos expostos no Balanço Patrimonial de uma empresa.
Os indicadores de liquidez apontam a capacidade da empresa para honrar os compromissos com terceiros: credores, fornecedores etc.
Já os indicadores de estrutura de capital, ou índices de endividamento, servem para avaliarmos a segurança que a empresa oferece aos capitais de terceiros, bem como revelam sua política de financiamento (captação de recursos) e da alocação desses recursos nos diversos itens do ativo, um dos “pratos” do Balanço Patrimonial.
Os dados no Balanço Patrimonial de uma companhia não são acumulativos; são sempre uma fotografia do momento, e revela a situação patrimonial e financeira da empresa.
Feita essa introdução, vou responder a pergunta: afinal, “a Murata Mfg (6981) tem risco de quebrar?”
Começando pelos indicadores de liquidez…
Quando observada a liquidez imediata da empresa, em 1,54, indica que o que ela tem de caixa e equivalente de caixa, ou seja, em dinheiro líquido e o mais próximo de dinheiro imediato, é 54% acima das obrigações financeiras da empresa no curto prazo.
Já o indicador de liquidez corrente da Murata está em 4,31, ou seja, o valor que ela tem em caixa, equivalente de caixa, investimentos de curto prazo, dinheiro à receber e estoques que podem ser convertidos em dinheiro em até 12 meses, representa 4,31x o que ela tem de obrigações financeiras de curto prazo para honrar.
O indicador de liquidez seca, em 2,94, é tudo o que ela possui descrito no parágrafo anterior, excluindo o estoque, ou seja, não depende do estoque ser convertido em dinheiro para honrar compromissos de curto prazo; isto é, sem contar com o estoque ela tem uma quantia 2,94x o que ela possui de obrigações de curto prazo para honrar.
Seria mais ou menos como você anotar todas as obrigações financeiras que você tem para honrar nos próximos 12 meses, e constatar que tudo que você tem em dinheiro vivo, dinheiro em banco, em investimentos de curto prazo e dinheiro para receber nos próximos 12 meses, é equivalente a 2,94x das suas obrigações. Muito, né?
No caso do indicador de liquidez geral, que mede a capacidade da empresa de honrar todas as suas obrigações de curto e longo prazo, contando, para isso, com seus recursos realizáveis a curto e longo prazo, o da Murata está em 2,45.
Ou seja, ela tem recursos de curto prazo e realizáveis a longo prazo, que poderão ser convertidos em dinheiro (em liquidez), 2,45x, ou 145% acima de tudo o que ela tem de obrigações financeiras para honrar, incluindo dívidas de curto e longo prazo.
E por falar em dívida, quando a gente observa o que a Murata tem de dívida bruta em relação ao seu patrimônio líquido, o grau de endividamento da empresa fica em 0,077; muito baixo.
Só o fato do indicador de liquidez corrente está acima de 1, e o da Murata está em 4,31, já seria elemento suficiente para afastar risco iminente de falência. O conjunto da obra então, nem se fala. É uma empresa com bastante liquidez e solvência.
Mas não é qualquer solvência, não!
Quando a gente submete esses indicadores acima expostos na fórmula do “Termômetro de Kanitz“, uma referência para avaliar insolvência/solvência, o fator da Murata Mfg, fica em absurdos 10,63.
Só para você ter uma ideia:
Se o fator fica abaixo de -3, a empresa tem sérios riscos de falência.
Entre -3 a 0, estado de alerta, cautela.
Entre 0 a 7, estado de solvência, isto é, tem capacidade de honrar compromissos financeiros de curto e longo prazo.
No caso da Murata, o fator é 10,63. A empresa é muito solvente. Possui situação financeira confortabilíssima, tem caixa fortalecido.
Se você trabalha na Murata Mfg (6981), não se preocupe, ela tem força financeira para aguentar turbulências.
E se eu se fosse você, até pediria aumento de salário!! hahahahaha
Abraços,
Marcelo Pimentel – Investidor no Japão
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