Considerando risco cambial, desvalorização do real, risco-Brasil, custos operacionais, risco de bi-tributação, qual seria a taxa de retorno mínima que você exigiria para compensar enviar dinheiro para o Brasil para investir?
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Imagine uma taxa de retorno para reduzir custo de oportunidade, para reduzir o risco de você dizer no futuro: “se eu tivesse deixado o dinheiro no Japão teria sido mais vantajoso”.
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Ou você nunca chegou a considerar essas coisas? Só olha cotação do momento e pensa: “agora tá bom de mandar dinheiro para o Brasil”?
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Se você acompanha um pouco de economia, finanças, mercado financeiro já deve ter visto que desde janeiro de 2016 a bolsa brasileira só sobe, com alguns percalços no meio do caminho, mas subindo.
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E se eu disser para você que, na média, quem manteve dinheiro no Japão teve mais vantagem na comparação com quem enviou dinheiro ao Brasil para investir nesse período, você acreditaria?
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Se puxarmos um pouco mais para trás, na comparação entre quem manteve dinheiro no Japão e quem enviou dinheiro ao Brasil para investir nos últimos 5 a 10 anos, quem manteve dinheiro no Japão está levando mais vantagem ainda.
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Ao tomar a decisão de enviar dinheiro ao Brasil para investir, a “favorável cotação” do momento deve ser apenas uma das variáveis a serem observadas.
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Um exemplo: no Brasil, nos últimos 5 anos, uma classe de investimentos teve uma rentabilidade média de 17,88% ao ano.
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Mais uma vez, quem conhece um pouco de economia, finanças, mercado, sabe que essa é uma boa taxa de retorno. (Quem não conhece nada disso fica atrás de “esquemas” que prometem isso ao mês – esquemas fraudulentos).
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No entanto, se um investidor tivesse alocado capital em investimentos no Japão que oferecessem 5,66% ao ano, sob a ótica do custo de oportunidade, teria sido mais vantajoso que investir no Brasil a 17,88%. E olha que no Japão tem classe de investimento que rendeu mais do que 5,66% aa, no período, bem mais.
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Então, ao decidir investir no Brasil, não olhe só “a cotação boa pra mandar dinheiro”, não. Considere risco cambial, desvalorização do real, risco-Brasil, custos operacionais, risco de bi-tributação etc.
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E principalmente, veja se retornar definitivamente para o Brasil está nos seus planos, pois, se não tiver, uma hora você terá de trazer o dinheiro de lá para cá, e é justamente nessa hora que as variáveis descritas no parágrafo acima vão mais pesar na decisão.
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Abraços e juízo com o dinheiro!