Tem certos produtos financeiros e formas de investir no Japão, que até fazem sentido para quem…
(1) entra numa empresa aos 18, 20 anos de idade e passa uma vida inteira lá dentro, até os 60 anos ou mais, com estabilidade;
(2) não tem perspectivas de mudanças bruscas na trajetória de vida e emprego, tem tudo bem planejado (bem programado dentro de um sistema);
(3) tem baixíssima probabilidade de querer mudar de país;
(4) contribuirá com a previdência japonesa por tempo integral, até se aposentar, com possibilidade de participar de fundos corporativos;
(5) já está condicionado a certos padrões e convenções sociais impostas pela família, escola, trabalho, numa sociedade com certa rigidez e que requer certos enquadramentos;
(6) passará a vida focado no trabalho/emprego, veste a camisa da companhia, não quer pensar em nada além disso e, por causa disso, prefere terceirizar a alocação de recursos para estruturas pensadas para atender esse padrão de público.
Ou seja, tem produtos financeiros e formas de investir que até fazem sentido para o padrão japonês, para a realidade dos nativos, mas não para a realidade do imigrante.
Na minha opinião — de quem está inserido na realidade de imigrante, com trajetória semelhante à maioria dos brasileiros no Japão, e inserido também no contexto de quem investe e ensina investimentos — é um erro brutal empurrar tais produtos e formas de investir, conforme padrão japonês, para imigrantes, com realidade, anseios e nuances na vida cotidiana que são bem diferentes.
Por isso, minha proposta quanto educador financeiro é apresentar ativos financeiros e estratégias de investimentos que façam sentido para você, dentro da sua realidade, como imigrante no Japão.
Então, no Japão, seja você mesmo!
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Grande abraço,
Marcelo Pimentel
