Por que não envio dinheiro para o Brasil pelo BB-Japão?

Bem, meus caros e minhas caras, já faz mais de 5 anos que não faço remessas de dinheiro para o Brasil pelo BB-Japão.

Tenho mais de um motivo para tal, já compartilhados em outro artigo, de uns 4 anos atrás.

No entanto, vou me ater à apenas um motivo central, que independente de qualquer imbróglio que eu, algum ou outro, tenhamos tido com o BB-Japão em relação a remessas para o Brasil, é o principal motivo para você refletir se compensa ou não fazer ou continuar fazendo remessas pela instituição.

Antes, quero ressaltar que o nosso trabalho aqui é de Educação Financeira, que na minha filosofia, propõe educação para evolução econômica, financeira e patrimonial, nesta ordem.

E no aspecto evolução econômica, a gestão de custos é fundamental. Portanto, o ponto a ser defendido aqui, tem a ver com contenção de custos e valorização do suado dinheiro do brasileiro no Japão.

Vamos lá! O principal motivo seria o spread praticado pelo banco, que é a diferença entre a cotação a mercado em vigor no dia da remessa e a que é cobrada pelo banco.

O spread praticado pelo BB-Japão é muito alto, na comparação com o que se tem de oferta de serviços de remessas disponíveis no mercado.

Esse spread acaba encarecendo o envio de dinheiro para o Brasil, ainda que a instituição divulgue que “correntistas do Banco do Brasil no Japão podem ter remessas gratuitas”.

Vamos entender essa questão do spread e seu impacto com exemplos reais:

Pelo BB-Japão, os nossos ienes remetidos para o Brasil valem menos em reais do que quando remetidos por fintech.

Veja neste quadro de cotações do BB-Japão do dia 02/11/2021 (o cálculo é imagem adaptada, pois o BB-Japão não disponibiliza calculadora de conversão na sua página de cotações):

Veja na imagem acima, quanto ¥ 100.000 enviados pelo BB-Japão chegariam no Brasil, na referida data de envio.

Agora, veja a seguir quanto chegaria a mesma quantia se fosse remetida por uma fintech de remessas internacionais, a que utilizo para tal finalidade:

Comparou?

Os ¥ 100.000 chegariam R$ 4.921,21 pela fintech Wise, com tarifas do serviço inclusas, contra R$ 4.580,85 pelo BB-Japão, sem considerar eventuais tarifas de serviço.

Ou seja, os ¥ 100.000 “valem” R$ 340,36 a mais quando enviados pela fintech.

Isso por causa do spread praticado pelo BB-Japão; repare nas imagens que, enquanto a Wise estava praticando a taxa de conversão de momento mais próximo do câmbio à vista, a ¥ 20,0054 /R$ 1, o BB-Japão estava com a taxa em ¥ 21,83 / R$ 1, isto é, spread de ¥ 1,8246.

E é aí no spread que quem faz remessa pelo BB-Japão acaba levando desvantagem, na comparação com as fintechs.

Agora, veja por outra perspectiva:

imagine que você tenha que honrar um compromisso de R$ 10.000,00 no Brasil.

Pelo BB-Japão, você teria de enviar, na cotação de 02/11/2021 praticada pelo banco, ¥ 218.300, com tarifas não inclusas.

Enquanto pela fintech Wise, você teria de remeter ¥ 203.016 para ser creditado na conta beneficiária no Brasil os R$ 10.000,00, com tarifas já inclusas. Confira:

Ou seja, pela fintech você teria economizado ¥ 15.284.

Note, também, comparando os dois quadros da fintech, que a taxa de câmbio oscilou da primeira imagem para a segunda, já que ela pratica a taxa de câmbio mais próxima da praticada pelo mercado, enquanto o BB-Japão fixa a taxa do dia, a partir das 10h00, mas com o spread, que inclusive ficou levemente mais alto nessa variação, pouquíssima coisa, em ¥ 1,8281.

Agora, vou deixar algo para você refletir, pois na Educação Financeira que eu defendo, há proposição de reflexão e análise crítica:

Imagine essas diferenças mês a mês, para quem faz remessas recorrentes, o quanto isso resultaria, em um ano, de economia se a remessas fossem por fintechs que praticam taxas de conversão mais próxima da realidade do mercado, ou, na comparação, de prejuízo para quem faz remessas pelo BB-Japão com taxa mais distante da praticada pelo mercado de câmbio à vista (perceba, disse “prejuízo” na comparação).

E para afastar qualquer, digamos, conflito de interesse aqui, não vou vincular neste artigo qualquer link da fintech de remessas internacionaissupracitada.

Os dados falam por si só, são de acesso público, e sugiro que você mesmo faça tais comparações entre essas e outras instituições não citadas neste artigo.

E para finalizar, para não restar dúvidas, mesmo você tendo a liberdade de fazer tal comparação exaustivas vezes, vou colocar os dados do momento em que estou escrevendo este artigo, no dia 05/11/2021, com o print da fintech tirado às 15h23, para você comparar:

Viu só?

Na referida data, ¥ 100.000 chegariam mais reais (R$) no Brasil se enviados pela fintech Wise do que pelo BB-Japão. Ou se fosse um valor fixo em reais a ser recebido no Brasil, seria necessário enviar menos ienes se a remessa fosse pela fintech.

Deixe a sua opinião nos comentários, o que você achou do artigo, da comparação. Deixe também as suas dúvidas!

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Grande abraço,

Marcelo Pimentel

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Marcelo Pimentel

CEO da MSG Capital, empresa de participações e gestão de ativos, com foco no desenvolvimento imobiliário. Fundador do site e mídias sociais Investidor no Japão e criador de Cursos de Investimentos e Finanças Pessoais para brasileiros no Japão. Formado em Pedagogia, com Educação Continuada em Contabilidade Financeira e Análise de Viabilidade de Projetos, pela FGV; com MBA em Investimentos e Private Banking, pela Ibmec; Investidor nos mercados de capitais japonês e americano, e no mercado imobiliário brasileiro, com experiência em análise de viabilidade e estruturação financeira de projetos imobiliários.
Foto de Marcelo Pimentel

Marcelo Pimentel

CEO da MSG Capital, empresa de participações e gestão de ativos, com foco no desenvolvimento imobiliário. Fundador do site e mídias sociais Investidor no Japão e criador de Cursos de Investimentos e Finanças Pessoais para brasileiros no Japão. Formado em Pedagogia, com Educação Continuada em Contabilidade Financeira e Análise de Viabilidade de Projetos, pela FGV; com MBA em Investimentos e Private Banking, pela Ibmec; Investidor nos mercados de capitais japonês e americano, e no mercado imobiliário brasileiro, com experiência em análise de viabilidade e estruturação financeira de projetos imobiliários.

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