Os estágios de uma crise econômica

As crises econômicas possuem alguns estágios definidos, podendo ser de âmbito nacional, regional (em um continente ou bloco econômico) ou global.

As crises econômicas podem ter diversos eventos “detonadores” — como o crash da Bolsa de Nova York, em 1929, e a quebra do Lehman Brothers, em 2008 — antecedidos por um conjunto de variáveis, que podem reunir condições adequadas para que esses “detonadores” possam desencadear uma crise de proporções globais.

Na crise de 1929, por exemplo, embora conhecida como pelo Crash da Bolsa de NY, o ambiente econômico que proporcionou tal quebra foi a redução da demanda por produtos americanos por uma Europa que vinha se restabelecendo, ainda que com dificuldade, após a I Grande Guerra Mundial. Os EUA haviam promovido a superprodução para atender essa demanda, sem mensurar corretamente a redução da mesma. Por isso a crise de 1929 é também conhecida como a crise da superprodução.

Já na crise de 2008, o “detonador” foi a quebra do banco Lehman Brothers, mas o ambiente que proporcionou tal quebra, e outras subsequentes, fora o excesso de endividamento de famílias de baixa renda, e alto risco de crédito, que aproveitaram os tempos de juros baixos e estímulos para comprar casa própria. Com o aumento da taxa de juros, esse público começou a dar o calote nos bancos credores por não ter condições de honrar os compromissos. Como os contratos de dívidas imobiliárias desse público haviam sido largamente securitizados, isto é, transformados em títulos mobiliários para serem negociados amplamente no mercado, a crise afetou o sistema financeiro do mundo todo. Esses títulos mobiliários com lastro nos recebíveis de dívidas de pessoas de baixa renda são conhecidos como subprime, por isso a crise de 2008 é conhecida também como crise do subprime.

As crises econômicas têm apenas dois estágios: recessão e depressão. Uma crise pode se limitar apenas à recessão, vindo a recuperação, sem necessariamente se configurar em depressão. Em todo caso, as crises são precedidas pela recessão técnica e vão se dissipando com ações que promovem a recuperação. Entenda os termos:

Recessão Técnica: Recebe essa classificação quando o PIB de um país fica no negativo em dois trimestres consecutivos; não configura crise propriamente, mas acende um alerta nas autoridades econômicas, monetárias, nos agentes de mercado e investidores.

Recessão: Quando há a recessão técnica, conforme ponto anterior, se estendendo por um período maior, com retração da atividade econômica, aumento do desemprego, diminuição da produção, redução dos investimentos e lucros. Recessões são crises relativamente curtas.

Depressão: Um estado de agravamento da recessão; são crises duradouras, com fortíssima redução da atividade econômica, com falências generalizadas, altíssimas taxas de desemprego, grandes quedas de produção e investimentos diretos, intensificação de problemas sociais, aumento da pobreza. Sem alarmismo, mas a última grande depressão, iniciada em 1929, só foi vencida com os esforços de guerra, por ocasião da II Grande Guerra Mundial.

Recuperação: A recuperação se dá mediante ações do estado, com implementação de políticas econômicas para estimular a economia em vários setores, podendo incluir aumento de gastos públicos (política fiscal), redução das taxas de juros e injeção de liquidez (política monetária, no caso, expansionista), e desvalorização da moeda para incentivar as exportações (política cambial).

No momento atual, temos um “detonador” de uma possível crise econômica de maiores proporções, que é a pandemia do coronavírus (COVID-19), em um ambiente econômico em que as taxas de juros nas principais economias já estavam em níveis baixíssimos, governos, corporações e famílias com alta taxa de endividamento — em decorrência dos juros baixos, que foram a forma de estimular a economia mundial pós-crise 2008 –, e os mercados de capitais vinham batendo recordes históricos.

Vamos observando como governos e Bancos Centrais vão reagir, e torcer para que a crise do coronavírus não provoque uma recessão maior ou mesmo uma depressão.

Marcelo Pimentel

Marcelo Pimentel

CEO da MSG Capital, empresa de participações e gestão de ativos, com foco no desenvolvimento imobiliário. Fundador do site e mídias sociais Investidor no Japão e criador de Cursos de Investimentos e Finanças Pessoais para brasileiros no Japão. Formado em Pedagogia, com Educação Continuada em Contabilidade Financeira e Análise de Viabilidade de Projetos, pela FGV; com MBA em Investimentos e Private Banking, pela Ibmec; Investidor nos mercados de capitais japonês e americano, e no mercado imobiliário brasileiro, com experiência em análise de viabilidade e estruturação financeira de projetos imobiliários.
Marcelo Pimentel

Marcelo Pimentel

CEO da MSG Capital, empresa de participações e gestão de ativos, com foco no desenvolvimento imobiliário. Fundador do site e mídias sociais Investidor no Japão e criador de Cursos de Investimentos e Finanças Pessoais para brasileiros no Japão. Formado em Pedagogia, com Educação Continuada em Contabilidade Financeira e Análise de Viabilidade de Projetos, pela FGV; com MBA em Investimentos e Private Banking, pela Ibmec; Investidor nos mercados de capitais japonês e americano, e no mercado imobiliário brasileiro, com experiência em análise de viabilidade e estruturação financeira de projetos imobiliários.

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