Quatro são os motores da economia de uma país:
• Consumo interno (consumo das famílias)
• Investimento privado (por parte das empresas)
• Exportações líquidas
• Gasto do governo
No Japão, a bolha econômica ocorrida na virada da década de 80/90 promoveu um choque no consumo das famílias japonesas e no investimento privado no país.
A valorização do iene frente ao dólar, na comparação com o que era na década de 80, e mais recentemente, o avanço da concorrência dos produtos chineses e coreanos promoveram um choque nas exportações líquidas.
Dos 4 motores da economia, sobrou o gasto do governo para puxar o país. Atualmente, a dívida pública japonesa em relação ao PIB está em 266,20%, a maior do mundo entre os países membros da OCDE e do G20.
E o governo japonês vem ampliando o endividamento cada vez mais, emitindo títulos de dívida com comprador certo: o Banco do Japão (BOJ).
O BOJ não pode simplesmente emitir moeda para expandir a base monetária; tem que fazer esse movimento comprando ativos para equilibrar o seu balanço patrimonial.
E o ativo que ele mais compra são os títulos emitidos pelo próprio patrão, o governo japonês.
E o fato de a taxa básica de juros do Japão estar no negativa há 6 anos tem dois propósitos.
O primeiro, como parte dessa política fiscal/monetária expansionista; fiscal por causa da emissão de títulos e ampliação dos gastos, e monetária por causa da injeção de dinheiro feita pelo BOJ com a compra de títulos.
O segundo propósito, servir como um controle cambial, pois caso a taxa básica fosse mais alta e os títulos públicos japoneses fossem mais atrativos em termos de rentabildade, isso atrairia dólares para títulos japoneses fazendo com que o iene se valorizasse (dólar abaixo dos ¥ 100) atrapalhando as exportações.
Então, assim, o governo japonês segue se endividando, emitindo títulos com comprador certo, o BOJ, que emite o dinheiro que o governo necessita para fazer a economia girar.
Desse modo, dos 4 motores da economia, o único que podemos dizer que está a todo vapor é o gasto do governo, que necessita fazer esse movimento para atender a uma população que envelhece aceleradamente.
E você, tem se preparado para a velhice ou vai ficar à mercê de iniciativas do estado, cada vez mais endividado?
