A crise demográfica que o Japão enfrenta é algo seríssimo que a população estrangeira, especialmente a de brasileiros no Japão, deveria prestar bastante atenção e entender que tal crise impactará o modo de vida no Japão com o passar dos anos: com redução de benefício previdenciário, aumento do tempo de contribuição com a Seguridade Social e aumento gradativo de impostos.
Para lidar com este problema, o governo japonês está considerando aumentar o auxílio infantil a partir do terceiro filho como parte de suas iniciativas para combater a diminuição sem precedentes na taxa de natalidade.

O gráfico acima, mostra tanto a redução da taxa de natalidade ao longo das décadas como o declínio populacional no Japão, e o significativo aumento da proporção da população idosa no país, que tem uma das maiores expectativas de vida do mundo.
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O valor do auxílio pode dobrar, passando de ¥15.000 para ¥30.000, beneficiando especialmente as famílias com três ou mais filhos.
Além disso, estão sendo consideradas outras medidas, como a extensão do período de recebimento do benefício de 15 para 18 anos de idade e a eliminação do limite de renda para receber o subsídio.
O ministro encarregado das políticas infantis ressaltou a necessidade dessas medidas devido à redução acentuada na proporção de casais com três ou mais filhos e à pressão financeira enfrentada por essas famílias.
A implementação dessas medidas está prevista para o ano fiscal de 2026, no mínimo.
Essas medidas financeiras, como o aumento do auxílio infantil, são importantes desde que em combinação com outras abordagens para enfrentar a diminuição na taxa de natalidade no Japão.
Embora o aumento do auxílio possa fornecer um suporte financeiro adicional para famílias com três ou mais filhos, é necessário complementá-lo com políticas que abordem questões estruturais.
Essas políticas podem incluir incentivos fiscais para famílias com filhos, investimentos em infraestrutura de creches e educação infantil acessível e de qualidade, políticas de conciliação entre trabalho e família que facilitem o equilíbrio entre a vida profissional e familiar, além de uma mudança cultural que promova uma visão positiva da maternidade e paternidade, e visão positiva acerca do tempo dedicado a ser pai e mãe.
É preciso adotar uma abordagem multifacetada para abordar a queda na taxa de natalidade, combinando medidas financeiras com políticas de apoio social e mudanças culturais.
Dessa forma, o aumento do auxílio infantil pode ser uma peça importante do quebra-cabeça, mas deve ser complementado por outras ações para criar um ambiente favorável para as famílias e incentivar a decisão de ter mais filhos.
Se a política de enfrentamento à redução populacional continuar se resumindo a auxílios financeiros, vai continuar sendo só queimação de dinheiro sem eficácia, como já acontece há 30 anos.